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DIFERENÇA ENTRE POTÊNCIA E OBEDIÊNCIA MAÇÔNICA

 Toda Potência é uma Obediência, mas nem toda Obediência é uma Potência.

As frases são parecidas e parecem sinônimos, mas dizem coisas diferentes. O entendimento dessas diferenças nos ajuda a compreender como a Maçonaria se organiza e se estrutura.

Segundo o Dicionário Aurélio, essas palavras têm, dentre outros, os seguintes significados:

  • Potência - qualidade de potente, que tem poder, força; Poder atribuído a alguém que faz com que esta pessoa tenha autoridade ou exerça o poderio que lhe foi dado; domínio.
  • Obediência - ação de quem obedece, de quem é submisso; Disposição para obedecer; Ato pelo qual alguém se conforma com ordens recebidas.

A partir daí já pode-se inferir que Potência é quem manda, e Obediência é quem segue. Entretanto, na Maçonaria esses termos são usados de modo mais técnico e particular. Vejamos.

Toda Potência é uma Obediência

Na Maçonaria, uma Potência Maçônica é uma organização que tem soberania própria. Isso quer dizer que ela tem autoridade para fundar lojas, estabelecer regras e rituais, conceder graus simbólicos e expedir cartas patentes para as lojas. Como ela tem essa autoridade, pode-se dizer que ela é também uma Obediência, pois as lojas estão sob sua jurisdição e devem obedecer suas regras. Por isso toda Potência é uma Obediência, ela manda e dita a regras que os maçons e as lojas devem seguir.

Nem toda Obediência é uma Potência

Agora vem a parte que mais confunde. Isso ocorre porque existem organizações ou estruturas que exercem uma autoridade local, mas estão subordinadas a uma Potência maior. Um bom exemplo é o GOB-PR (Grande Oriente do Brasil - Paraná). Ele é a autoridade que responde pelas lojas maçônicas no estado do Paraná. Essas lojas obedecem ao GOB-PR, então ele é uma Obediência.

Mas o GOB-PR não é uma Potência soberana, porque está federado ao GOB nacional. Ele não tem poder de legislar livremente, nem de mudar rituais por conta própria. Toda a sua autoridade vem do GOB, que é a Potência verdadeira.

É como se o GOB fosse uma "matriz" nacional, e o GOB-PR fosse uma "filial" estadual. A filial pode funcionar, ter chefes, organizar as coisas ali dentro, mas não pode mudar as regras da empresa. Quem pode fazer isso é a matriz.

Por isso dizemos: nem toda Obediência é uma Potência. Algumas apenas representam a Potência em uma região ou estado, mas não são independentes.

Vamos agora olhar para outro caso: a Grande Loja do Paraná (GLP-PR), que também é uma autoridade maçônica dentro do estado, mas aqui a situação é diferente. A GLP-PR não está subordinada a uma Potência nacional. Ela é a própria Potência. Tem soberania total para legislar, regular suas lojas, conceder graus, editar rituais e até romper alianças, se quiser. Ela está ligada à CMSB, mas essa ligação é voluntária e confederativa: a CMSB não manda nela, só promove cooperação entre as Grandes Lojas.

Ou seja: A GLP-PR é tanto uma Potência quanto uma Obediência, pois ela é obedecida por suas lojas e não obedece a nenhuma outra Potência. Isso é diferente no caso do GOB-PR, que é uma Obediência subordinada ao GOB (poder central), que é a Potência de fato.

Trocando em miúdos:

  • Toda Potência é uma Obediência, porque sempre tem alguém abaixo dela que segue suas regras.
  • Mas nem toda Obediência é uma Potência, porque às vezes ela só está representando a autoridade de alguém acima.
Saber isso ajuda a entender porque algumas organizações maçônicas são soberanas (mandam nelas mesmas), enquanto outras seguem as ordens de uma autoridade maior.

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T∴F∴A∴
Dyogner do Valle Mildemberger

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