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AS FERRAMENTAS DO APRENDIZ NOS 7 RITOS DO GOB

 A Maçonaria, uma sociedade discreta e secular enraizada em tradições profundas e simbologias significativas, tem sido há séculos um espaço de busca pelo aprimoramento pessoal, espiritual e moral. No cerne dessa jornada de autodescoberta, estão as ferramentas do aprendiz, símbolos físicos e metafóricos que guiam o maçom em sua busca pela sabedoria e pelo desenvolvimento interior. Essas ferramentas, como o maço, o cinzel e a régua, não são apenas objetos de ofícios, mas também representações poderosas dos princípios e valores fundamentais da Maçonaria.

Neste ensaio, mergulharemos na rica tapeçaria das ferramentas do aprendiz, explorando como esses símbolos milenares têm sido aplicados na vida do maçom. Nosso objetivo é compreender como a utilização consciente e intencional dessas ferramentas não apenas molda a experiência maçônica, mas também oferece lições valiosas que transcendem os limites da Loja Maçônica, impactando a vida cotidiana em diversos aspectos.

Ao longo das próximas seções, examinaremos as ferramentas do aprendiz nos sete ritos oficiais praticados pelas Lojas do Grande Oriente do Brasil – GOB em detalhes, desvendando sua simbologia e como elas são incorporadas nos rituais e nas práticas maçônicas. Além disso, exploraremos como essas ferramentas podem ser interpretadas como diretrizes para o crescimento pessoal e espiritual, transcendendo o contexto maçônico e encontrando aplicações em situações cotidianas. Por meio de estudos de casos de maçons exemplares que incorporaram esses princípios em suas vidas, buscaremos compreender de que forma a Maçonaria molda não apenas uma irmandade, mas um caminho para a excelência moral.

Através desta exploração, esperamos lançar luz sobre como as ferramentas do aprendiz podem servir como um guia valioso para uma vida mais equilibrada, autêntica e virtuosa. Ao analisar as histórias de maçons notáveis e as lições que eles deixaram para trás, abriremos portas para a compreensão de como os princípios maçônicos podem ser incorporados por qualquer pessoa que deseje embarcar em uma jornada de autodescoberta, aprimoramento e serviço ao mundo.

Nas próximas seções, exploraremos as ferramentas do aprendiz dos ritos do GOB e suas aplicações, examinaremos exemplos de maçons notáveis e refletiremos sobre o impacto desses princípios na busca por uma vida significativa e enriquecedora.

Ritos Praticados no Grande Oriente do Brasil

O Grande Oriente do Brasil (GOB) é a maior e mais antiga obediência maçônica no Brasil. A Maçonaria é conhecida por seus ritos, que são sistemas cerimoniais e simbólicos que guiam as atividades e os ensinamentos dentro da organização. O Grande Oriente do Brasil pratica sete ritos:

  • Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA): Este é um dos ritos mais praticados no Brasil e no mundo. Ele possui 33 graus, cada um com sua própria cerimônia e ensinamentos simbólicos. O REAA é conhecido por sua ênfase na filosofia e nas tradições maçônicas.
  • Rito Adonhiramita: Este rito é baseado na lenda de Adonhiram, um personagem bíblico associado à construção do Templo de Salomão. É caracterizado por suas cerimônias dramáticas e simbolismo ligado à construção.
  • Rito Brasileiro: Criado no Brasil, este rito é uma tentativa de criar um sistema genuinamente brasileiro. Ele é baseado em eventos históricos do país e tem uma estrutura de 33 graus.
  • Rito de York (ou Emulação): Originado na Inglaterra, este rito é baseado nas práticas da Grande Loja de Londres e Westminster (Grande Loja Unida da Inglaterra). É caracterizado por sua abordagem prática e simbólica.
  • Rito Moderno: Também conhecido como Rito Francês ou Rito Francês Moderno, este rito é baseado na Revolução Francesa e tem uma estrutura de graus que coloca ênfase na liberdade, igualdade e fraternidade.
  • Rito Schroeder: Este rito é praticado principalmente no sul do Brasil e tem origens alemãs. Possui 33 graus e enfatiza o aperfeiçoamento moral e intelectual.
  • Rito Escocês Retificado (RER): um rito e um regime maçônico tradicional e cavalheiresco templário cristão, cujo objetivo principal é o retorno às origens templárias do escocismo e o ensinamento iniciático teórico pedagógico, fundamentado na doutrina cristã tradicional.

Ferramentas do Aprendiz em Cada Rito

  • Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA): o maço e o cinzel.
  • Rito Adonhiramita: o maço e o cinzel.
  • Rito Brasileiro: o maço e o cinzel.
  • Rito de York (ou Emulação): o maço, o escopro (ferramenta similar ao cinzel) e a régua de 24 polegadas.
  • Rito Moderno: o maço e o cinzel.
  • Rito Schroeder: a régua de 24 polegadas e o martelo pontiagudo.
  • Rito Escocês Retificado (RER): não possui.

Visão Geral das Ferramentas de Aprendiz na Maçonaria

Na Maçonaria, cada ferramenta do aprendiz é mais do que apenas um instrumento de trabalho. Elas são símbolos ricos em significado, carregando consigo ensinamentos profundos que transcendem o mundo material e adentram o domínio espiritual e moral. As ferramentas do aprendiz desempenham um papel central na construção da compreensão maçônica sobre o autoaperfeiçoamento e o crescimento pessoal.

O cinzel e o maço, por exemplo, são instrumentos de transformação. O cinzel, que esculpe a pedra bruta para revelar sua beleza interior, é uma lembrança constante de que, assim como a pedra, somos moldados pelas experiências da vida para nos tornarmos seres melhores e mais completos. O maço, utilizado para aplicar pressão sobre o cinzel, simboliza a força de vontade necessária para superar adversidades e desafios, sendo uma alusão ao esforço contínuo que a busca pelo aprimoramento requer. O maço é o símbolo da força e da determinação. Ele lembra os maçons da importância de enfrentar os obstáculos com coragem e resiliência, lembrando que a jornada do aperfeiçoamento pessoal não é isenta de desafios. O maço também simboliza o poder da ação coletiva e da colaboração, pois é com ele que as pedras são encaixadas e unidas para construir algo maior.

Essas ferramentas não apenas desempenham um papel significativo nos rituais e cerimônias maçônicas, mas também se estendem para o âmago das vidas dos maçons. Elas servem como guias, lembrando constantemente os maçons de que a jornada do autoconhecimento e do crescimento pessoal requer equilíbrio, disciplina, resiliência e ação alinhada com princípios elevados. As ferramentas do aprendiz são como um mapa que orienta os maçons na exploração das profundezas de suas próprias almas, buscando a luz da sabedoria e da virtude que se encontra dentro de cada um.

Aplicação das Ferramentas de Aprendiz na Vida Maçônica

Na Maçonaria, a jornada do maçom é caracterizada por uma busca contínua pelo aperfeiçoamento pessoal e moral. As ferramentas do aprendiz desempenham um papel fundamental nessa busca, fornecendo princípios guias que orientam a conduta do aprendiz maçom tanto dentro quanto fora das paredes da Loja Maçônica.

Conforme já mencionado, cada rito possui ferramentas específicas para o grau de aprendiz, sendo que em cinco as ferramentas são o maço e o cinzel (REAA, Brasileiro, York, Adonhiramita e Moderno), em dois usa-se a régua de 24 polegadas (York e Schröder), em um usa-se o martelo pontiagudo (Schröder) e em um rito o aprendiz não possui ferramentas (RER). No Ritual do Rito de York usa-se “escopro” para se referir ao cinzel.

O cinzel e o maço representam a transformação pessoal. Assim como o cinzel esculpe a pedra bruta para revelar sua verdadeira forma, o aprendiz maçom é chamado a aprimorar suas virtudes interiores, eliminando as imperfeições e as impurezas que podem obscurecer sua verdadeira essência. A aplicação dessas ferramentas na vida maçônica implica em uma autoanálise constante e um esforço contínuo para melhorar a si mesmo, contribuindo para a construção de uma comunidade mais justa e compassiva. No Rito de York, o uso do escopro nos destaca os benefícios da educação, através da qual adquirimos a capacidade de participar plenamente em uma sociedade devidamente estruturada. O martelo pontiagudo do Rito Schröder tem função semelhante ao maço, pois é empregado para eliminar todas as irregularidades, a fim de que o Esquadro da Verdade possa ser posicionado de maneira correta e impecável.

O maço simboliza a força e a determinação necessárias para superar obstáculos. Na vida maçônica, esse símbolo inspira os aprendizes a enfrentar desafios com coragem, buscando soluções construtivas e colaborativas.

A régua de 24 polegadas é um símbolo importante que representa valores éticos, morais e práticos. No Rito Schröder, a régua simboliza as 24 horas do dia e a importância de usar o tempo com sabedoria e eficiência. É um lembrete de que a vida é finita e que é crucial dedicar parte do tempo para o trabalho, parte para o descanso e parte para o serviço aos outros. No Rito de York, a régua serve também para medir o trabalho.

Juntas as ferramentas do aprendiz formam um conjunto de princípios que guiam o maçom em sua busca pelo aprimoramento pessoal e moral. Na vida maçônica, essas ferramentas não são apenas símbolos passivos, mas orientações ativas que moldam a conduta do maçom e influenciam suas escolhas. Ao aplicar esses princípios em suas vidas, os aprendizes podem construir um caráter sólido, contribuir para uma sociedade mais justa e harmoniosa e, em última instância, avançar em sua jornada rumo à iluminação e ao aperfeiçoamento interior.

Lições das Ferramentas de Aprendiz para a Vida Cotidiana

O maço, o cinzel, a régua de 24 polegadas e o martelo pontiagudo, poderosas ferramentas do aprendiz na Maçonaria do GOB, representam princípios profundos que têm o poder de impactar significativamente a vida cotidiana além das paredes da Loja Maçônica. Ao explorar a simbologia do maço e do cinzel, descobrimos lições preciosas que podem transformar nossas relações pessoais, profissionais e sociais, ao mesmo tempo que enfatizam a necessidade de alinhamento entre os valores maçônicos e nossas ações no mundo exterior

O Maço: Resiliência e Cooperação

O maço, símbolo de força e determinação, nos ensina a importância da resiliência. Assim como o maçom enfrenta a pedra bruta com o maço, nós enfrentamos os obstáculos da vida. A aplicação dessa lição vai além da superação pessoal; ela se estende à maneira como interagimos com os outros. Quando enfrentamos desafios com resiliência, inspiramos aqueles ao nosso redor a adotar uma mentalidade de superação, fortalecendo nossas conexões e construindo uma rede de apoio mútuo.

Além disso, o maço nos lembra da colaboração. Assim como o maçom não esculpe a pedra sozinho, nossas realizações muitas vezes exigem esforços coletivos. O maço nos ensina que, ao trabalhar juntos, podemos superar barreiras aparentemente intransponíveis. Ao aplicar essa lição em contextos sociais e profissionais, somos capazes de construir equipes sólidas, fomentando um ambiente de colaboração e crescimento mútuo.

O Cinzel: Autoaperfeiçoamento e Transformação

O cinzel, que esculpe a pedra para revelar sua beleza interior, simboliza a busca contínua pelo autoaperfeiçoamento. Da mesma forma, cada um de nós pode empreender um processo constante de aprimoramento pessoal. Ao aplicar essa lição, cultivamos uma mentalidade de aprendizado e evolução. Isso não apenas enriquece nossa própria jornada, mas também nos permite inspirar e influenciar positivamente aqueles que nos cercam.

Além disso, o cinzel nos lembra que a transformação muitas vezes exige eliminar as impurezas que nos obscurecem. Na vida cotidiana, isso significa sermos honestos com nossos defeitos e estarmos dispostos a nos livrar do que não nos serve mais. Ao aplicar essa lição, cultivamos autenticidade e integridade, o que fortalece nossas relações pessoais e profissionais, pois as pessoas são naturalmente atraídas por aqueles que demonstram transparência e autoconhecimento.

A Régua de 24 Polegadas: Orientação Moral

A régua de 24 polegadas transcende sua função de medir distâncias físicas para se tornar um símbolo poderoso de orientação moral na vida cotidiana. Através de suas dimensões e significado simbólico, essa ferramenta oferece lições valiosas que podem enriquecer nossas ações e escolhas, moldando nosso caráter e influenciando nossas interações com o mundo.

A régua de 24 polegadas, simbolizando o número de horas em um dia, nos lembra da importância de usar o tempo de forma sábia e eficiente. Em nossa vida moderna, muitas vezes estamos ocupados com tarefas, distrações e responsabilidades. No entanto, a régua nos ensina a dedicar tempo para o que é essencial e significativo, como nossos relacionamentos, nosso crescimento pessoal e nossa contribuição para a sociedade. Ao aplicar essa lição, podemos cultivar um equilíbrio entre nossas obrigações e nossos objetivos pessoais, evitando a dispersão de nossos esforços.

Além disso, a régua nos convida a medir nossas ações e decisões em relação a padrões éticos e morais elevados. Assim como a régua traça uma linha reta, a conduta justa e honesta é um princípio fundamental na Maçonaria e na vida cotidiana. Ao aplicar essa lição, podemos desenvolver um senso de integridade que nos guia a tomar decisões alinhadas com nossos valores, mesmo quando isso exige esforço ou sacrifício.

A régua de 24 polegadas também sugere a importância de medir nossas palavras e ações. Em um mundo onde a comunicação é rápida e global, a consideração cuidadosa de nossas expressões é fundamental para manter relacionamentos saudáveis e evitar mal-entendidos. Ao aplicar essa lição, podemos cultivar a empatia e a compreensão, escolhendo palavras e gestos que promovam a paz e a harmonia.

O Martelo Pontiagudo: Transformação e Construção

O martelo pontiagudo, não é apenas um instrumento físico, mas um símbolo profundo de transformação e construção. Suas características e simbolismo oferecem lições que podem ser aplicadas à nossa vida cotidiana, inspirando uma abordagem proativa para o crescimento pessoal e a contribuição positiva para o mundo ao nosso redor. 

O martelo pontiagudo, usado para ajustar e moldar a pedra bruta, nos lembra da necessidade de autotransformação constante. Da mesma forma que o martelo remove as arestas da pedra, devemos estar dispostos a reconhecer e trabalhar em nossos próprios pontos fracos e imperfeições. Ao aplicar essa lição, cultivamos um senso de autoconsciência que nos capacita a crescer e evoluir, contribuindo para um caráter mais sólido e refinado.

Além disso, o martelo pontiagudo simboliza a ideia de construção. Assim como o maçom utiliza o martelo para dar forma à pedra bruta, podemos usar nossa energia e esforços para construir uma vida significativa e uma sociedade melhor. Essa lição nos convida a ser ativos na construção de relacionamentos saudáveis, carreiras produtivas e comunidades engajadas. Ao aplicar essa abordagem, tornamo-nos cocriadores de um mundo mais positivo e edificante.

O martelo pontiagudo também ensina sobre a importância da precisão e da paciência. A pedra bruta não se transforma imediatamente; exige golpes cuidadosos e consistentes. Da mesma forma, nossos objetivos e ambições podem não ser alcançados instantaneamente. Ao aplicar essa lição, aprendemos a valorizar a jornada e a abraçar o processo de crescimento gradual, nutrindo perseverança e resiliência.

Alinhamento com Valores Maçônicos

As ferramentas do Aprendiz nos recordam da importância de alinhar nossas ações com os valores maçônicos no mundo exterior. A resiliência, a colaboração, o autoaperfeiçoamento e a transformação pessoal devem estar em consonância com os princípios de fraternidade, igualdade e busca pela verdade. Esse alinhamento não apenas fortalece nossa conduta ética, mas também cria uma base sólida para o crescimento pessoal e a promoção do bem comum.

Em última análise, as lições aprendidas com as ferramentas nos desafiam a buscar a excelência interior e a contribuir para uma sociedade mais justa e compassiva. Ao incorporar esses princípios em nossa vida cotidiana, estamos cumprindo não apenas os ensinamentos da Maçonaria, mas também nossa responsabilidade de sermos agentes positivos de mudança no mundo.

Maçons Exemplares e suas Aplicações das Ferramentas de Aprendiz

A trajetória de maçons notáveis ao longo da história evidencia a aplicação prática das lições do maço e do cinzel, símbolos intrínsecos à Maçonaria. Ao analisar suas vidas e escolhas, podemos enxergar como essas figuras personificaram os princípios de resiliência, transformação pessoal e colaboração, inspirando aqueles ao seu redor a seguir caminhos semelhantes.

Estudo de Caso: Benjamin Franklin (1706-1790)

Benjamin Franklin, além de ser um dos fundadores dos Estados Unidos, foi um maçom comprometido com os ideais de aperfeiçoamento pessoal e transformação social. Sua busca incessante pelo conhecimento e melhoria reflete a aplicação do cinzel em sua vida. Franklin constantemente se autoavaliava, procurando eliminar defeitos e cultivar virtudes. Sua autodisciplina e busca por excelência fizeram dele um exemplo de autoaperfeiçoamento, contribuindo para o avanço da sociedade e da ciência.

Franklin também personifica o maço ao enfrentar desafios com resiliência. Ele superou adversidades pessoais e obstáculos políticos, demonstrando uma capacidade notável de adaptação e perseverança. Sua habilidade de unir pessoas e influenciar mudanças reflete a colaboração simbolizada pelo maço, já que ele utilizou sua influência para forjar alianças que culminaram na independência dos Estados Unidos.

Estudo de Caso: Rui Barbosa (1849-1923)

Rui Barbosa, ilustre jurista, político e diplomata brasileiro, destaca-se como um exemplo notável de como a aplicação das lições do maço e do cinzel pode influenciar a vida e carreira de um maçom. Barbosa foi um defensor fervoroso da justiça, da liberdade e da educação, valores fundamentais da Maçonaria.

A atuação de Rui Barbosa como um dos principais idealizadores da República no Brasil demonstra a resiliência simbolizada pelo maço. Em um período de intensa transformação política e social, ele enfrentou adversidades e oposições, persistindo em sua luta por uma nação mais justa e igualitária. Seu compromisso com a mudança e sua capacidade de superar obstáculos refletem a força e determinação que o maço representa.

Além disso, Rui Barbosa personificou o princípio do cinzel por meio de sua busca incansável pelo conhecimento e aperfeiçoamento. Sua vasta erudição, refletida em sua profunda compreensão do direito e da justiça, exemplifica como o constante cultivo das virtudes interiores pode conduzir a conquistas intelectuais e contribuições significativas à sociedade.

Ao longo de sua vida, Rui Barbosa também colaborou com outros maçons e líderes de sua época na busca por um Brasil mais justo e progressista. Sua habilidade em unir esforços e promover ações conjuntas personifica a colaboração representada pelo maço, que une pedras para construir algo maior e mais duradouro.

A trajetória de Rui Barbosa na Maçonaria e na esfera pública brasileira ilustra como a aplicação das lições do maço e do cinzel pode impulsionar um maçom a atingir grandeza pessoal e impacto social. Seu compromisso com os ideais maçônicos de justiça, autoaperfeiçoamento e colaboração reforça a ideia de que as ferramentas do aprendiz não são apenas símbolos abstratos, mas guias práticos para uma vida significativa e influente.

Reflexões sobre o Crescimento Pessoal e Espiritual na Maçonaria

A Maçonaria, há muito tempo, tem sido um refúgio para aqueles que buscam um caminho de crescimento pessoal e espiritual. Através de seus rituais, símbolos e princípios, ela oferece uma jornada profunda em direção ao autoconhecimento, à virtude e à compreensão mais profunda do mundo ao nosso redor.

No cerne da Maçonaria está a busca pela luz interior. Assim como um aprendiz utiliza ferramentas para desbastar a pedra bruta, cada maçom embarca em uma jornada de autotransformação. O processo é como um cinzel constante, que esculpe os excessos e imperfeições da personalidade, revelando a verdadeira essência de cada indivíduo. A jornada do maçom é, portanto, uma busca para se tornar um ser humano mais autêntico e compassivo.

Ao longo dessa jornada, o maçom encontra uma série de símbolos, cada um com um significado profundo. No entanto, essa jornada não é solitária. A Maçonaria é uma comunidade de buscadores, unidos pela aspiração comum de crescimento pessoal e espiritual. Através de reuniões, rituais e discussões, os maçons encontram apoio mútuo, encorajamento e inspiração. A colaboração entre os membros reflete a importância do trabalho em equipe e da interdependência em nossa busca por compreensão e iluminação.

A conexão entre a Maçonaria e o crescimento espiritual é inegável. Embora não seja uma religião, a Maçonaria enfatiza valores morais e espirituais que transcendem fronteiras religiosas. Ela convida os maçons a explorarem suas crenças pessoais, aprofundarem a compreensão de sua relação com o divino e a viverem uma vida alinhada com esses princípios.

No final, a Maçonaria não é apenas uma sociedade secreta com rituais intrigantes, mas uma jornada de autodescoberta e crescimento espiritual. Ela nos lembra da importância de equilibrar nossa vida, de moldar nosso caráter e de enfrentar desafios com resiliência. É uma jornada que nos leva além do mundo material para as profundezas do eu interior, nos guiando em direção à realização de nosso potencial máximo como seres humanos compassivos, sábios e virtuosos.

Conclusão

Ao longo desta exploração das "Ferramentas do Aprendiz na Vida do Maçom", mergulhamos profundamente nas simbologias do cinzel e do maço. Essas ferramentas, inicialmente reconhecidas como instrumentos físicos de trabalho, revelaram-se em sua plenitude como guias espirituais e morais que moldam a jornada do aprendiz maçom em direção ao aperfeiçoamento pessoal e ao serviço à humanidade.

Desde a introdução, onde destacamos a relevância da Maçonaria como uma sociedade de busca por sabedoria e crescimento, até a análise detalhada das ferramentas do aprendiz e sua aplicação prática na vida maçônica, fomos conduzidos por um caminho que transcende os rituais e cerimônias. As ferramentas do aprendiz, com seu significado profundo, têm o poder de enriquecer todas as esferas da vida do maçom.

Exploramos como as ferramentas do aprendiz podem ser adotados na vida cotidiana. Esses princípios podem moldar relações pessoais, profissionais e sociais, gerando impactos positivos em um mundo onde esses valores são fundamentais. E não apenas isso, mas a importância de alinhar esses princípios com os valores maçônicos, levando a uma conduta que reflete a busca pela verdade, pela justiça e pela fraternidade.

Em seguida, exploramos estudos de caso que exemplificam como maçons notáveis, como Benjamin Franklin e Rui Barbosa, personificaram os princípios das ferramentas em suas vidas. Suas ações e escolhas destacam a resiliência diante de desafios, o compromisso com o autoaperfeiçoamento, a transformação pessoal constante e a habilidade de unir esforços para promover mudanças positivas. Esses exemplos concretos ilustram como as lições das ferramentas do aprendiz não são apenas teorias abstratas, mas diretrizes práticas para a busca da excelência moral e do impacto positivo na sociedade.

Assim, concluímos que as ferramentas do aprendiz são muito mais do que simples objetos simbólicos; elas são parte da essência da Maçonaria. Elas representam uma jornada de crescimento, autoconhecimento e serviço. As ferramentas juntas formam um mapa para uma vida de virtude, responsabilidade e contribuição para o bem maior. À medida que os maçons aplicam esses princípios em sua vida, eles não apenas honram a tradição da Maçonaria, mas também desempenham um papel ativo na construção de um mundo mais justo, compassivo e iluminado.

Referências

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